terça-feira, 31 de março de 2015

AUTO DA IMAGINAÇÃO / DUELO DE SOMBRAS * Antonio Cabral Filho - Rj

DUELO DE SOMBRAS
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AUTO DA IMAGINAÇÃO

Perante a tarde presa numa tela
fito uma águia em vôo rasante
rasgando o horizonte na direção do ocaso

Em primeiro plano uma rosa rubra solitária
habita o topo do monte
e qual criança embevecida com o brinquedo
aguço a vista procurando algum segredo

mas o sol cansado já de volta ao colo da noite
e as nuvens arredias perdidas na imensidão
detêm minha atenção:

Aqui se inicia
o Delirium Tremens
da minha canção. 

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segunda-feira, 30 de março de 2015

DUELO DE SOMBRAS * Antonio Cabral Filho - Rj

DUELO DE SOMBRAS
ANTONIO CABRAL FILHO
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DUELO DE SOMBRAS

Eu atiro poesia ao vento
como quem quer parar a tempestade
sem me conter ante o raio e o trovão

me agarro com o vento num duelo de sombras
para aplacar a fúria dos gênios
contidos nas garrafas mágicas

e nos redemoinhos que formamos
com o nosso corpo-a-corpo
diluimos as comportas

e tombamos libertos ao solo
correndo líquidos num rio sem margem
rumo ao mundo dos poetas andejos 

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domingo, 29 de março de 2015

DUELO DE SOMBRAS - POESIA * Antonio Cabral Filho - Rj

DUELO DE SOMBRAS
CURUPIRA EDIÇÕES 1999
Antonio Cabral Filho - Rj
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APRESENTAÇÃO

Produção gráfica e apresentação: José Marcelo Giffoni (*)
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 " Por Deus e por todas as coisas em que não creio, minha sombra fala: Ouço-a, mas não creio. Nietzsche"

SOMBRAS vão e vêm, são feitas, criadas, algumas ganham vida e tronam-se fantasmas. lutas eternas.
SOMBRAS, companheiras.
SOMBRAS, silhuetas de objetos, de infindáveis realidades. o escuro fruto da luz.
SOMBRAS  tão importantes quanto a luz nas suas mais diversas formas. Os detalhes que permitem,
denunciam, realçam. lirismo, sutileza, chaga e dor.
SOMBRAS que envolvem e despertam o poeta.
DUELO DE SOMBRAS no qual sentimos o efêmero, o silêncio, fazendo-nos voar e pensar o mundo em que vivemos do ponto de vista da luta, como diriam os muçulmanos ( a grande guerra santa  ),  de cada ser  vivente consigo mesmo.

com o soriso de inveja da borboleta a se banhar no orvalho,  somos despertados sutilmente pelo soar de um sino de mosteiro para o estéril e movimentado mundo dos viventes e impulsionados a pensar  o que podemos, juntos, contribuir para torná-lo poético e diferente.
(*) José Marcelo Giffoni - Professor de história da rede estadual do Rio de Janeiro.
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